terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Onda de assaltos no Bairro do Una e Mário Covas assusta moradores


                                                                                                                               Marlon Leal    
                                     
O número de assaltantes vagando pela rodovia Mário Covas e pela entrada do bairro do Una é visivelmente grande, principalmente para quem precisa trafegar diariamente pelo local à noite, ao voltar do trabalho. A região, localizada próximo ao bairro do Coqueiro, na entrada da cidade de Belém, sofre com a alta incidência de roubos que tem dificultado a vida de moradores e passantes.

Frequência

No último dia 16, três meliantes assaltaram pessoas que esperavam no ponto de ônibus na Rodovia Transcoqueiro, próximo à passagem Norberto Cabral às seis horas da noite. Segundo moradores, um deles seria menor de idade, e os outros dois seriam assaltantes foragidos já conhecidos por roubos na região. Uma das vítimas, Dona Maria do Rosário, 56 anos, moradora do bairro, diz já ter sido assaltada uma vez “no mesmo lugar e no mesmo horário!”. Os assaltantes levaram celulares e dinheiro, e fugiram a pé.
Segundo um dos presentes, a cena já teria ocorrido várias vezes desde o começo do ano, em outros pontos do bairro, e a incidência teria aumentado em comparação ao último ano. A falta de policiamento e problemas na iluminação pública são fatores importantes para a frequência com que esses crimes ocorrem, e ambos são bem presentes no bairro e arredores.
Outro tipo de assalto que tem se tornado mais comum são os assaltos a ônibus. De janeiro para dezembro, segundo moradores, já teriam ocorrido mais de cinco assaltos do tipo. Geralmente em grupos de três, os bandidos armados agem rapidamente, roubando o dinheiro das passagens, e saltam perto de vielas mal iluminadas, para dificultar perseguições. Os alvos principais seriam ônibus com lotação menor, o que facilitaria a ação dos bandidos.
Sobre isso, uma das moradoras até brinca: “só não tem mais assaltos mesmo por que há poucos ônibus pra muita gente, então eles (os ônibus) estão quase sempre lotados”. A brincadeira revela outro problema também presente: transporte público precário de má qualidade. Após o assalto já mencionado, uma das vítimas comentou: “talvez se houvessem mais ônibus, a gente não ficaria mais de meia hora aqui esperando.” Além disso, a presença de ônibus sem câmeras instaladas facilita a impunidade já tão presente.

Abandono

A falta de sérias políticas públicas para o combate à violência é o fator fundamental para o aumento desse tipo de crime. Há falta de policiamento até mesmo em rodovias maiores como a Rodovia Mário Covas, onde assaltos há noite também estão se tornando mais comuns. Além disso, os postes de iluminação pública que muitas vezes são danificados pelos próprios bandidos também demoram a receber assistência de técnicos contratados da prefeitura.
Um dos postes, localizado próximo à passagem Bom Jesus, está sem funcionamento há mais de seis meses. Segundo um dos moradores, o estudante Alexandre Vaz, próximo ao local é fácil encontrar, tarde da noite, jovens usando drogas. “Eles ficam por aí usando drogas e se viciam fácil, então eles roubam pra conseguir dinheiro rápido pra usar de novo”.

Expansão da violência

E esses bandidos não agem apenas no Bairro do Uma, mas também em seus arredores como a Rodovia Mário Covas, como já foi citado anteriormente. À noite, embora a rodovia tenha um tráfego considerável de carros e caminhões, a quantidade de pedestres é pequena, facilitando o trabalho dos meliantes que assaltam uns e outros transeuntes. A segurança é garantida para quem mora em condomínios e possuem carros para sair ou chegar em casa. Mas para os moradores das precárias passagens, isso é uma dificuldade.
Com menos movimentação noturna nas pequenas ruas, os moradores das passagens também enfrentam problemas semelhantes com bandidos. Muitas vezes, é preciso andar vários quarteirões das paradas de ônibus até as casa, tendo que andar às pressas por uma rodovia deserta. É nesse momento que a maioria dos assaltos acontece. “A gente preocupada com a segurança dos nosso filhos, pois muitas vezes eles tem que voltar tarde da Universidade”, diz Márcia Cristina, Moradora da passagem Cosme e Damião.  
Problemas semelhantes também podem ser encontrados em vários outros bairros na cidade, e a solução para esses problemas parece distante, uma vez que a prefeitura e o governo são pouco presentes em bairros humildes como o Uma. Mas as soluções devem sempre ser cobradas. “Os políticos não olham pra cá, mas as pessoas votam mesmo assim, né? Isso não pode continuar assim” reclama Maria do Rosário.

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