sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pará avança nos estudos para o tratamento de doenças gástricas


Projeto desenvolvido na UFPA tenta melhorar a saúde do amazônida, sem esquecer a questão social

                                     
                                                                                                       Brenda Maciel & Caio Oliveira

No último andar do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), a professora Rosane Loiola desenvolve um projeto que pode fazer uma grande diferença no combate às doenças do aparelho digestivo, um mal muito comum e desconhecido na Amazônia. O Laboratório de Imuno-Genética da UFPA tem realizado grandes avanços no estudo da Helicobacter pylori e sua interação com os indivíduos, apesar do grande desafio que é fazer ciência no Pará.

   A linha de pesquisa do projeto envolve o estudo da relação da bactéria causadora de doenças inflamatórias no estômago com o seu hospedeiro, nesse caso em especial, com o amazônida. Os fatores genéticos - como o tipo sanguíneo - e os fatores sociais são levados em consideração. De acordo com a professora, nossa região tem a maior ocorrência na transmissão da bactéria, seja por questões sociais ou culturais

   De acordo com as pesquisas na área, o norte do Brasil possui o maior índice de câncer de estômago do país, com cerca de 90% da população acometida pela H. pylori. Além disso, 80% da região norte sofrem de algum tipo de úlcera gástrica e 70% de algum grau de gastrite. A falta de saneamento básico é uma das causas, pois a transmissão da H. pylori é oral-fecal, o que denota que alimentos e água inadequada são os principais meios de contaminação. Segundo a professora, a fase em que mais ocorre a aquisição da bactéria é durante a infância, até os cinco anos de idade, e no meio intra-familiar.

   Hábitos comuns da região podem se mostrar perigosos quando o assunto são as doenças gástricas. Comer peixe salgado com açaí é um deles, além da falta de consumo de verduras. Tudo isso prejudica a saúde do povo amazônico, pois tornam o organismo propício para a instalação da H. pylori, uma das bactérias capazes de sobreviver em um ambiente ácido.

   A professora Rosane diz que além de descobrir vias de tratamento dessas patologias, através da pesquisa, ela e sua equipe tentam, de alguma forma, alertar as entidades públicas da gravidade da situação. Um maior investimento em saúde e saneamento pode diminuir consideravelmente a incidência das doenças gástricas. Desde 1996, a Pós-Graduação em Agentes Infecciosos e Parasitários pesquisa sobre as doenças gástricas, mas só nos últimos anos a Faculdade tem dado ênfase em melhorar as condições de vida da população.

   A grande dificuldade da pesquisa é a falta de financiamento, como ocorre com frequência em algumas instituições públicas de ensino, principalmente em nossa região. Para levar o estudo à diante, a Faculdade tem parcerias com institutos como o Hospital Universitário Bettina Ferro, o Hospital Ophir Loyola e o Instituto Evandro Chagas, sendo que a UFPA fornece o espaço físico e a estrutura necessária.

  Os dois bolsistas do projeto participam através de estágio voluntário, e fazem parte de uma equipe de cerca cinco pesquisadores diretamente ligados com o estudo. Porém, mesmo com todas essas dificuldades, esses cientistas tentam cumprir seu compromisso social ajudando a salvar vidas no mundo inteiro sem esquecer o povo da Amazônia.

Alimentação de qualidade na Universidade


O Restaurante Universitário da UFPA é uma das melhores opções a preço baixo no campus básico

                                                                                                                Brenda Maciel & Caio Oliveira


Há 18 anos ele tem sido a melhor opção para milhares de alunos e funcionários todos os dias na maior universidade pública do Pará. Com refeições diárias e de baixo custo, o Restaurante Universitário oferece uma alternativa de alimentação saudável e barata. Mas por trás de toda essa facilidade existe uma equipe com cerca de 50 funcionários que trabalha duro todos os dias no R.U. Básico.

Ranilda Gama, nutricionista formada pela própria Universidade, é a responsável técnica do restaurante e há 17 anos administra os gastos, pedidos, entregas, serviços e elabora o cardápio. Sempre com um embasamento científico para proporcionar uma refeição adequada. Para evitar o desperdício, Ranilda conta primeiramente com um planejamento orçamentário, de acordo com a demanda de consumidores. Todos os dias, cerca de 2.500 refeições são preparadas e servidas.

Mas, como em todo lugar, sempre acontecem imprevistos.  Quando eles ocorrem, Ranilda diz que sua equipe está preparada. Os funcionários responsáveis pela distribuição da comida, contam com certo “controle quantitativo”, obtido através da sua experiência diária: cada consumidor recebe uma quantidade média. Quando ocorrem certos erros nessa distribuição, o que seria servido no jantar passa a ser servido no almoço. Quando o contrário ocorre, também há um plano: o que não foi servido no almoço é reaproveitado no jantar. Dependendo da capacidade de armazenamento do restaurante e da durabilidade dos alimentos, nada é desperdiçado.

Todos os gastos do R.U. são pagos pela Universidade; desde o salário dos funcionários aos mantimentos, que, aliás, são obtidos de um modo diferente: através de leilão virtual. Distribuidores disponibilizam grandes quantidades de gêneros alimentícios na internet, e as empresas interessadas começam a dar seus lances. Só assim, o R.U. consegue oferecer uma refeição de qualidade com o valor de 1R$, através de subsídio do Governo Federal. Todo dinheiro arrecado com essas refeições vai diretamente para a conta da União.

Para finalizar, quando perguntada sobre o que poderia ser feito para melhorar o serviço do Restaurante Universitário, Ranilda diz que a mudança começa com os alunos. Segundo ela, a falta de educação é o que torna o Restaurante tão desorganizado. Furar fila, alimentar animais e desperdiçar a comida servida são os principais problemas do R.U. A partir do momento que os próprios consumidores se tornam conscientes de suas responsabilidades, todo o resto fica fácil. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Amazônia que o mundo vê é tema de artigo


Jornalista e professor universitário mostra a “realidade” produzida pela mídia sobre os povos da floresta e suas histórias.

Gustavo Ferreira

Mídia e apropriação de saberes tradicionais: a recorrência de um discurso de afirmação e de negação estratégicas”. Este é o nome do artigo lançado pelo jornalista e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Manuel Dutra, sobre a relação construída pelos meios de comunicação entre os conhecimentos científicos da natureza e os interesses econômicos dos “mais desenvolvidos”.

O professor mostra, em seu trabalho, a maneira como a imagem do nativo amazônida é, ao mesmo tempo, afirmada e ignorada pela imprensa, de acordo com as intenções dos inúmeros parceiros econômicos e políticos vinculados à grande mídia. As contradições nos discursos apresentados nos veículos mostra o quão afastados são os reais protagonistas do contexto verdadeiro da região, diferente da distorção mostrada para o resto do mundo.

Dupla-face

As abordagens sobre a produção científica na Amazônia mostram um caráter dúbio, segundo o autor do artigo. Citando o caso do médico Dráuzio Varela que, em dois momentos distintos, se mostra renegando os saberes da medicina natural, e apropriando-se das mesmas técnicas, como se estas fossem resultado de um esforço exclusivamente seu.

O que se vê é a construção de um discurso “de uma sobrevaloração de sua própria competência, em contraste com um contexto natural sem história, sem passado, sem gente do lugar afinal descoberto e revelado, no momento presente”. Ou seja, os mesmos benefícios da medicina natural, desvalorizados (quando Dráuzio diz, na Revista IstoÉ de março de 2005, que “nós não temos nada a aprender com a medicina dos índios”), são postos em destaque novamente, através da exposição midiática.

Recorrência

Dutra destaca que este processo é fruto da história, de uma tradição colonialista preconceituosa que se mantém até hoje. Segundo ele, “o tempo passa e os elementos essencialmente constitutivos das velhas narrativas permanecem, atualizam-se”.

Este discurso exalta a ciência como a verdade absoluta, porém coloca o nativo como elemento segregado do processo. “certa é a ciência branca e hegemônica; na verdade, certos sentem-se todos aqueles que têm o poder de produzir, de modo sedutor na telinha, o silêncio daqueles que por eles são dominados e explorados, prática discursiva dos que se apropriam gratuitamente de saberes tradicionais para ganhar muito dinheiro e, parte do processo, negam que os povos tradicionais tenham alguma forma de saber”, diz o jornalista.

Outro ponto do artigo é a seletividade por meio de termos específicos, que fazem referência a elementos da cultura dos nativos. No artigo, Dutra cita o caso da palavra “biodiversidade” e do ribeirinho Sidomar, entrevistado pelo programa Telecurso 2000, de março de 1999. Sidomar não conhece o sentido da palavra em si, mas tem contato direto com todos os seus componentes naturais. Por este desconhecimento, o mateiro fica à parte da estrutura sustentadora da natureza.

“Dessa forma, o produtor midiático deixa mais ou menos explícito que os povos da floresta não conhecem a floresta, e que o saber sobre raízes, folhas, fungos, insetos e animais, etc. é atributo da instituição científica”, diz o autor do artigo.



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

UFPA é referência na Produção de Biodiesel


 Por Carlos Fernando e Leandro Ribeiro

Quando se trata de produzir biodiesel, pode-se dizer que a UFPA é uma grande referência nesta tarefa. A universidade conta com duas usinas cujas capacidades de produção chegam a cerca de oito toneladas por dia, administradas por professores, doutorandos e alunos de iniciação científica.
O bolsista e doutorando Silvio Mota, formado mestre em 2009 e também envolvido nas pesquisas, informou que a produção ocorre, principalmente, a partir do óleo de dendê, o qual oferece melhor rendimento no processo. A obtenção é atingida por meio dos processos de craqueamento e transesterificação, que consistem na separação de elementos químicos.
Diesel Vegetal
O projeto denominado Projeto Diesel Vegetal conta com a participação do Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é coordenado pelo professor Nélio Teixeira Machado. Além de produzir biodiesel, também é feito o fracionamento de óleo. Por meio deste procedimento é possível a obtenção de outros compostos como a gasolina, o diesel e a querosene, assim diminuindo o nível de acidez e viscosidade para a sua utilização em motores.
O foco das pesquisas, ratifica o bolsista, além do lado econômico de produzir biodiesel para exportação, é o fator ambiental, reduzir ou até substituir o uso de combustíveis fósseis na produção de energia e utilizar o projeto para integrar alunos de engenharia química em estudos e pesquisas referentes ao assunto, gerando assim recursos humanos.
Descaso
Silvio aponta que a produção de biocombustível na região norte está em constante ascendência e, dentro da UFPA o interesse por esse tipo de pesquisa é cada vez maior – o que justifica a necessidade de se trazer mais usinas para o Pará – apesar da falta de incentivos, recursos e até de atenção por parte do governo. Situação diferente da existente nas regiões sul e sudeste, onde as grandes empresas estão situadas devido ao grande incentivo recebido.

Cimento não é apenas cimento


                                                                                    Por Mariana Castro e Natália Costa

Em 1981 foi inaugurado em Brasília um monumento em homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. A obra carregava em sua composição algo tão irreverente quanto sua forma, o cimento branco. Exatos 20 anos depois dessa inauguração, o cimento branco ainda é pouco conhecido do mercado brasileiro. Porém, na Universidade Federal do Pará, um grupo de pesquisa formado por estudantes de Engenharia Civil trabalha para provar que esse produto é uma alternativa viável e lucrativa.
           O cimento branco diferencia-se não só pela sua coloração, mas também por sua composição. A ausência de óxido de ferro, um dos fatores essenciais para sua cor, possibilita facilidade no processo de pigmentação. Devido ao seu maior valor estético, a procura por este material tem aumentado. O uso deste cimento pode descartar processos como a aplicação de massa corrida, massa fina e até mesmo pintura, levando a certa economia, ainda que seja mais caro que o cimento comum.
           O aluno do 6º semestre de Engenharia Civil, João Felipe Melo, explica que o cimento branco é menos denso que o comum e também menos poroso, o que o torna mais impermeável. Reage mais rápido, ou seja, adquire resistência, porém demora mais para ganhar rigidez. Existe, contudo, uma maior possibilidade de desenvolver fissuras, sendo mais utilizado para peças delgadas.
Peças utilizadas no Ensaio de Compressão Axial

           No laboratório da FEC, os integrantes da pesquisa realizam ensaios mecânicos em peças de concreto feito com cimento branco. Esses ensaios, chamados de ensaios mecânicos de compressão axial e diametral, além de elasticidade, dentre outros, são testes envolvendo a aplicação de forças de compressão e tensão, alem de análise da facilidade da peça para se deformar, onde se confere a resistência do material.
           O grupo de pesquisa conta com quatro alunos e com a Professora Orientadora Isaura Paes. O projeto foi idealizado para o mestrado da Faculdade de Engenharia Civil, mas acabou por ser adotado como pesquisa dos alunos de graduação do curso. De suas especificações ainda pretende-se originar cinco artigos.  O grupo busca desvendar e encontrar aplicações definidas para o cimento branco, preenchendo uma lacuna nas pesquisas nacionais sobre o assunto.
           João Felipe destaca ainda que “tudo depende da finalidade”. Ao contrário do que a maioria pensa, cimento não é apenas cimento, existem diversos tipos com diferentes especialidades. Pesquisas como essa abrem oportunidades de desenvolver a qualidade da construção civil, além de trazer variedade de produtos para o consumidor. É tão difícil encontrar pesquisas sobre o cimento branco que nem no Wikipédia tem.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Rock Rio Guamá 2011: cultura para todos na UFPA

Com novo conceito, festival destacará a música e outras manifestações culturais regionais.

Gustavo Ferreira e Marlon Leal

Surgido nos anos 80, década de ouro do rock nacional, o Rock Rio Guamá, evento organizado por alunos da UFPA, chega a sua 5ª edição em outubro, prestigiando bandas e artistas da cena musical paraense. Com uma identidade própria, o festival mudou seu nome – antes Rock In Rio Guamá, parodiando o Rock In Rio – mas continua com a proposta de divulgar a cultura amazônida.

Segundo Karina Menezes, integrante da Comissão de Comunicação, “o objetivo do festival é incentivar essa produção cultural existente na Amazônia, por isso a preferência por trabalhos que são cem por cento autorais - temos muita coisa legal sendo produzida por aí, mas só recentemente os espaços começam a se abrir para mostrar essas idéias”.

Diversidade

Grande parte dos eventos musicais que acontecem no Campus são shows de forró e reggae, sempre atraindo um grande número de alunos. Neste ponto, o Rock Rio Guamá aparece como mais uma opção de divertimento e cultura para a comunidade acadêmica e as demais pessoas.

A importância deste evento, segundo Karina, “é mostrar que a comunidade universitária é heterogênea: temos pessoas com todos os tipos de gostos musicais, ideologias, personalidades. É mostrar e até incentivar, que outros grupos se organizem, busquem seu espaço e se mostrem. Acima de tudo, a universidade deve ser um espaço de tolerância para com toda essa diversidade”.

Programação

Não apenas de shows o Rock Rio Guamá será composto. O evento será dividido em duas partes: a “estruturante”, voltada à troca de idéias sobre música, teatro, dança e o que mais for produção cultural da Amazônia, e a “artística” que contará, além dos shows, com exposições fotográficas e intervenções de artes visuais.

Além de valorizar a heterogeneidade cultural da comunidade acadêmica, o festival traz a marca da arte regional como instrumento de integração entre os alunos de diferentes cursos. O Rock Rio Guamá conta com a participação de diversos centros acadêmicos, como o CACO (Comunicação Social) e o CACS (Ciências Sociais).

Além destes, a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), coletivos culturais, como o Sala Livre, Curupira Antenado e Polifônico, junto com a Loja Ná Figueiredo, a Rede Cultura e a Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves também apóiam o festival. A primeira parte (estruturante) ocorre de 17 a 21, e a segunda (artística), de 25 a 28 de outubro, no Campus da UFPA.

Descaso e responsabilidade social: um contraste.

Por Jéssica Sobral e Mayra Leal

Visando melhorar a área de lazer da universidade, os alunos do curso de Artes Visuais, Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo montaram um espaço com obras artesanais e um quiosque que servirá de repouso para os visitantes do Bosque Camilo Vianna e Benito Calzavara. Porém, o que seria um local de repouso, virou "stress" pois houve falhas na obra que provocam alagamentos no local.
A professora Gina Calzavara, coordenadora do projeto, define a obra como mal feita: "O objetivo, nesta época do círio, era que esse quiosque servisse de santuário para receber a santa. Mas, olha como está: tudo alagado! Chove muito em Belém, por isso tem que limpar quase todos os dias!"


O espaço é destinado a obras de sensibilização ambiental e responsabilidade social. É gerenciado pelo Instituto de Tecnologia, mas abrange projetos de vários cursos. Alunos da área da saúde utilizam o "Jardim da Saúde" para pesquisas com ervas medicinais e em parceria com a Sesma, promovem uma campanha de combate à dengue. Uma idéia boa, mas que causa uma contradição: "Como podemos fazer uma campanha de combate à dengue se a água parada fica conservada? É um absurdo que a prefeitura ainda não tenha tomado providências! Essa falha está atrapalhando o andamento dos projetos e não podemos montar uma estrutura para o círio com esse defeito!", comenta Gina.




Apesar da falha, atividades já estão sendo feitas no local, como a oficina de artesanato para as alunas da Terceira Idade e a plantação de mudas pela FAPESPA (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará), que tem o objetivo a produção de Biodiesel com base no processamento de plantas oleaginosas amazônicas presentes no Bosque. 
Gina faz um apelo para que os alunos cobrem da prefeitura uma solução para o problema: "Temos uma área de pesquisa que precisa ser explorada. aumenta o conhecimento do alunado e ajuda no avanço da Amazônia. Mas trabalhar em um lugar com problemas não é agradável, por isso ressalto a importância do reparo e da preservação do espaço que é benéfico para todos nós".

Faculdade de Geologia da UFPA estreita laços com o Ensino Básico

Por Gabriela Amorim e Lorena Saraiva

A Faculdade de Geologia da UFPA iniciou este ano o projeto de extensão "Composição de Kits Escolares" com o objetivo de esclarecer o desenvolvimento sustentável e seus ramos para o ensino básico.
O desenvolvimento sustentável é dividido em três ramos: físico, biótico e antrópico. No ensino básico há apenas um pequeno conhecimento sobre o físico, que se refere à formação da terra. "Neste e nos outros ramos ainda há um déficit de conhecimento", afirma o coordenador.
O projeto é coordenador pelo Professor Doutor Francisco de Assis Matos de Abreu e composto por quinze estudantes de geologia e oito professores.
O objetivo é preparar cem kits escolares explicando de forma simples a composição da terra, minerais, rochas e fósseis e distribuir em escolas de níveis fundamental e médio. Ainda está em aberto se serão apenas escolas pública ou privadas. Inicialmente o projeto está buscando parcerias com as escolas NPI e Tenente Rêgo Barros.
É um projeto recente e ainda não tem grande abrangência. Ele pretende aperfeiçoar a apredizagem das disciplinas relacionadas e conscientizar a comunidade escolar para os benefícios deste conhecimento, assim estreitando os laços da Universidade com o ensino básico.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dois olhares sobre o RU

Um estudante e uma funcionária opinam sobre as atuais condições do Restaurante Universitário da UFPA. Organização e higiene são os principais pontos.

De: Gustavo Ferreira e Marlon Leal

Conhecido pela comida barata e pelas filas assustadoras, o Restaurante Universitário (RU) do Campus Básico da UFPA, prestes a comemorar 18 anos de funcionamento, recebe centenas de alunos, professores e servidores diariamente, no almoço e no jantar. A aglomeração de pessoas reflete o seu sucesso e, ao mesmo tempo, uma estrutura cada vez mais insuficiente para recebê-las. 

Para alunos e funcionários, um ambiente que precisa de reparos, sob pontos de vista distintos. Entrevistamos um aluno de graduação e uma funcionária, cada um relatando suas impressões sobre um dos pontos de encontro mais famosos da Universidade.

SENHAS E DESPERDÍCIO Adilson Figueiredo, aluno de Odontologia (localizado no Campus Profissional), conta que almoça no RU quando precisa estagiar no Campus Básico, e queixa-se sobre a falta de senhas para organizar a bagunça nas filas. “Ter senha é questão de ser justo, pois agora, sem as senhas, a aglomeração é constante. Acho que elas (as senhas) deveriam voltar”, disse o estudante.

Em contrapartida, a cozinheira Nazaré Almeida, que começa seu turno ás 6 da manhã, afirma: “melhorou muito sem senha, elas causavam muito transtorno. Inclusive houve um caso de agressão a uma funcionária, no RU do (campus) Profissional, há uns meses atrás, por conta das senhas”. Até agora, segundo ela, não houve nenhuma queixa contra o sistema atual.

Perguntados sobre o desperdício de alimentos após as refeições, Nazaré e Adilson têm visões diferentes. Enquanto para o estudante, o índice de rejeição é elevado, a funcionária considera o mesmo índice normal. “O que os alunos deixam mais é farofa, salada. O principal, eles comem”, segundo a cozinheira.

HIGIENE Um dos maiores incômodos para quem come no RU é o constante tráfego de cachorros entre as mesas. Mesmo com a simpatia de alguns jovens, a circulação dos caninos vai de encontro às principais leis de higiene. Neste aspecto, os dois entrevistados concordam ao afirmar que a presença dos animais é ruim.

Nazaré conta que os funcionários tentam buscar uma solução para o problema, perante os órgãos administrativos, e que a cozinha está livre de qualquer invasão dos animais. “É higiênica”, segundo ela, que também culpa os “alunos-porcos” para a presença dos cães no RU: “eles (os alunos) também contribuem, dando comida pros cachorros. Aí eles se acostumam e sempre voltam”.

Para Adilson, a solução seria “tirar os animais” do recinto, reforçando a segurança nas entradas do Restaurante. “Além de trazerem doenças, os cachorros atrapalham a gente na hora das refeições. O jeito seria fazer com que eles não pudessem entrar”, disse o estudante de Odontologia.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

UFPA realiza encontro de matemática


Amanda Campelo e Renan Mendes

Encerra hoje o III Encontro dos Estudantes de Matemática da UFPA (EEMUFPA), realizado desde o último dia 29. O encontro é organizado pelos professores da Faculdade de Matemática da UFPA e neste ano o evento conta com mais de 600 participantes.
A terceira edição do encontro aborda principalmente as técnicas pedagógicas do curso, focando na formação de futuros docentes. A primeira edição, em 2009, estava  mais voltado para o campo cientifico da matemática.
Além de expandir o encontro para os estudantes de outras instituições, o evento está contando com a participação de estudantes e professores de outros estados. O destaque deste ano é o palestrante polonês Dr. Vilmos Komornik, da Universidade de Strasbourg.
O encontro possui uma programação diária de 10 horas, contabilizando palestras, que ocorrem no Auditório do Centro de Convenções Benedito Nunes, minicursos e oficinas, que ocorrem nos laboratórios do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN).
Devido a divulgação ter sido realizada durante o mês de julho, a internet foi uma das ferramentas mais importantes para a divulgação do EEMUFPA. A maioria dos estudantes que neste período estava de férias soube do evento por meio das redes sociais. O apoio da internet na divulgação contribuiu bastante para que o número de participantes dobrasse em relaçãoà primeiraedição do encontro.
A estudante do 6º semestre de matemática e também monitora do evento, Ana Flávia Ferreira Martins, destaca a diversidade e acessibilidade dos temas como um dos pontos principais que fizeram o EEMUFPA crescer. Ana afirma que o interesse dos estudantes de outras instituições e dos estudantes que ingressam a cada ano na UFPA tende a fazer com que o EEMUFPA cresça ainda mais a cada edição. O sucesso da terceira edição do encontro ratifica que o evento, antes restrito aos estudantes da UFPA, tornou-se um marco no calendário dos estudantes de matemática do país.