Projeto Belém, a Casa do Pão pretende tornar mais
eficaz a arrecadação e distribuição de cestas básicas nessa época do ano
Por Mariana Castro
Campanhas
de doação são parte recorrente do período natalino, diversas são as
instituições que se mobilizam em cada parte da cidade recolhendo itens de
primeira necessidade. Dentre elas,
pode-se dizer que a participação mais significativa vem das igrejas espalhadas
nas comunidades. Com o intuito de organizar e dinamizar a arrecadação, a
Arquidiocese de Belém em parceria com a Cáritas Metropolitana desenvolve o
projeto Belém, a Casa do Pão, que reúne 67 paróquias da cidade.
Segundo
Vera Sampaio, uma das coordenadoras do projeto e membro da Cáritas
Metropolitana, ele partiu de uma idéia do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom
Alberto Taveira, como uma forma de “beneficiar um número maior de pessoas”.
Através do sistema informatizado desenvolvido especificamente para o projeto,
as comunidades podem computar as doações e estabelecer uma meta de acordo com
as famílias que estão cadastradas.
A
solução
Essa
foi a forma encontrada para garantir uma distribuição mais igualitária. O
cadastro das famílias no sistema é a principal arma a favor de uma divisão
justa dos recursos. Criado através do número de identidade de um dos
integrantes, ele contabiliza os membros da família, quantos deles trabalham,
dentre outros aspectos. Vera diz que um indivíduo cadastrado que receber sua
cesta básica em determinada comunidade, será identificado no sistema ao tentar
receber mais doações em outra. “Vai minimizar a diferença na distribuição”,
afirma.
Há
ainda a proposta de intensificar “a presença da Igreja perto daquelas pessoas”,
diz a coordenadora. A idéia é acompanhar o que acontece com essas famílias
também nos outros períodos no ano, além do Natal, numa tentativa de minimizar a
realidade de abandono e tentar a ajuda além do aspecto material, mas também
social e espiritual.
A
realidade das paróquias
Nas
igrejas a situação é de dificuldade. As metas estabelecidas encontram barreiras
na pequena quantidade de doações e no pouco envolvimento dos membros da
comunidade. Luiz Paulo da Silva, 59, é integrante da equipe que coordena o
projeto na Paróquia de São Pedro e São Paulo, no bairro do Guamá, e afirma que
a situação piorou em relação ao anterior. “Ano passado a participação foi muito maior”, diz Luiz
Paulo, “A equipe do ano passado era formada, em média por umas 12 pessoas. A
deste ano é formada apenas por duas pessoas”.
Ele completa ainda dizendo “Ano passado o número de doações
foi muito maior do que esse ano”. A relação de alimentos já arrecadados na paróquia
mostra a falta de quase meia tonelada de alimentos para completar a meta, o que
significa uma média de 300 cestas básicas completas para doação, número
insuficiente para as famílias carentes da região.
Entrega das doações
Vera Sampaio explica que além dos alimentos que integrarão as
cestas básicas, é possível também doar quantias em dinheiro, mas completa
“Ninguém está autorizado a receber um centavo”, as doações devem ser
encaminhadas para a conta do projeto no Banpará. Já as doações de alimentos
devem ser feitas nos postos de arrecadação, localizados nas próprias paróquias
e comunidades eclesiásticas participantes.
A entrega das doações será realizada neste sábado, 17, após a
missa realizada às oito horas da manhã em todas as igrejas. Na Paróquia de São
Pedro e São Paulo, a distribuição das cestas será por ordem alfabética, e
aqueles que não receberem até o fim do período de entrega, às 11h, poderão
buscar durante a semana, no mesmo local.
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