por Ana Carlina Matos e Laís Nunes.
Novas drogas vêm sendo testadas
no combate de um tipo de câncer que, para a surpresa de alguns, é líder de incidência
no nosso Estado: o câncer gástrico. O Norte é a terceira região mais afetada do
Brasil, e o Pará consta no topo dessa lista. ICB, localizado no campus I da
UFPA, realiza pesquisas avançadas na área, e é coordenado pelo renomado
especialista, o equatoriano Dr. Rommel Burbano.
O câncer surge quando uma célula
comum perde o controle da sua própria divisão celular, multiplicando-se incontáveis
vezes, formando tumores malignos. O gástrico, em especial, diz respeito às células
estomacais, e tem uma estreita ligação com os hábitos alimentares e certas patologias.
Atualmente, seu único tratamento garantidor de cura é a cirurgia de remoção dos
linfonodos, e em alguns casos, partes do órgão precisam ser removidas também. A
radioterapia e a quimioterapia agem de maneira secundária, porém não menos
importante, pois ajudam a determinar uma melhor resposta ao tratamento.
E é na parte da quimioterapia que
a estudante Nayana Machado faz suas pesquisas, orientada pelo professor Dr.
Marcelo Bahia, formado pela UFPA. Ela pesquisa a atuação de dois medicamentos.
O primeiro, a Doxorrubicina, comprovadamente eficaz por estudos anteriores e já
usada no tratamento de pacientes, combate as células cancerígenas, mas afeta
também as células saudáveis, causando efeitos colaterais indesejáveis. O outro
medicamento, o Canova, estimula o sistema imunológico, e protege as células
saudáveis do câncer, também já é usado no tratamento. O estudo consiste no tratamento
com o uso simultâneo de ambas as drogas, o cerne da questão é proteger as células
saudáveis dos medicamentos evasivos que combatem as células cancerígenas. Ou
seja, usar a Canove para limitar a atuação da Doxorrubicina a apenas as áreas afetadas
pela doença.
Até agora, a pesquisa tem
mostrado certo êxito nos resultados obtidos em laboratório, mas ainda são
estatisticamente insuficientes, o que mostra uma necessidade de aprofundar os
estudos até que esse novo tratamento seja liberado para o uso em pacientes, porém
não há expectativas de quanto tempo pode demorar até que esse estudo seja
concluído. Por enquanto, precisamos estar atentos aos cuidados necessários para
preservar a nossa qualidade de vida.