sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Reforma no Mercado Municipal do Guamá


Mercado do Guamá: Os lados de uma reforma.
Por Lorena Saraiva

Carnes, verduras e frutas dividem espaço com pessoas, cachorros e lixos. Este é o cenário do entorno do Mercado Municipal do Guamá, localizado na Avenida José Bonifácio esquina com a Rua Barão de Igarapé Miri, enquanto sua obra não é finalizada.
Desde que o mercado entrou em reforma em 18 de janeiro de 2011, segundo o gerente Wilson Filho, os feirantes foram remanejados para barracas de madeira, construídas pela prefeitura, ao longo da Rua Barão de Igarapé Miri, principal via do bairro, e da Av. José Bonifácio.
Na frente do mercado foram construídas duas fileiras de barracas, formando um corredor estreito e abafado, no qual é impossível passar sem esbarrar em alguém, e tendo que dividir o espaço com a sujeira e os cachorros e gatos que buscam restos de alimentos.
O trecho da Rua Barão de Igarapé Miri, entre Av.José Bonifácio e Passagem Helena, se tornou intrafegável após o remanejamento, porque há barracas em toda a sua extensão. O administrador afirmou que não houve nenhum tipo de transtorno, pois foi solicitada a autorização da CTBEL para desviar o trânsito, porque realmente não tinha outro local para colocar os feirantes.
Segundo Nilson Castilho, que trabalha há 10 anos no mercado, a reforma era necessária, pois as condições de limpeza e higiene eram péssimas. A Prefeitura fazia a coleta de lixo diariamente, entretanto ficava um mau cheiro que espantava os clientes. Mas ele reclama de sua situação atual, pois desde que saiu do mercado suas vendas diminuíram bastante, e quando chove molha sua mercadoria, por isso ele teve que improvisar uma cobertura para sua barraca.
Todos os feirantes entrevistados afirmam que a previsão para o término da obra é janeiro de 2012. Porém o administrador do mercado afirma que inicialmente a data seria esta, mas devido a um acordo com a Prefeitura não há prazo para a entrega.
Ainda segundo Wilson Filho, o prazo seria de seis meses, porque a Prefeitura iria reformar apenas o mercado, e os feirantes teriam que pagar seus próprios equipamentos. Então em acordo com o prefeito de Belém foram incluídas no projeto as barracas de todos os feirantes, por isso a entrega foi alterada para uma data ainda indeterminada.
O projeto de revitalização do Mercado Municipal do Guamá irá beneficiar mais de 400 feirantes. O novo mercado será todo em alvenaria, as barracas para mercearia terão portas de rolar e os talhos de carne e peixe estão cumprindo as exigências da Vigilância Sanitária.
As pedras de mármore que colocam os peixes serão substituídas por bandejas de alumínio com gelo para mantê-los em conservação e será aberto crédito para os açougueiros comprarem suas balanças de acordo com as normas. Haverá banheiros masculinos e femininos, um local específico para os feirantes depositarem seus lixos e a área externa será toda cercada por bicicletários para os comerciantes e seus consumidores.
“As pessoas não gostam de andar no aperto, no meio das bicicletas e ainda ter que aturar essa poluição sonora’, diz Maria Léa, justificando a queda nas vendas. A feirante espera que a reforma termine antes de começar as verdadeiras chuvas, porque toda vez que chove, o bueiro da rua entope e alaga toda área afastando ainda mais os clientes.
Para Mariza Saraiva, moradora do bairro há 25 anos e frequentadora da feira, o mercado estava precisando de boa reforma, pois era inviável fazer compras em meio ao lixo acumulado pelo chão, as goteiras e as condições precárias das barracas. Entretanto ela afirma que a situação atual é perigosa, pois os pedestres têm que ficar no meio da rua para escolher suas mercadorias, correndo risco de serem atropelados.
A feira do Guamá não se restringe apenas ao Mercado Municipal, ela se estende por toda a via principal, na qual se encontram desde barracas de frutas e verduras até barracas de roupas e acessórios. Cada espaço das calçadas é disputado milimetricamente pelos vendedores, e os prejudicados são os pedestres, que tem que transitar pela pista.

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