Mercado do Guamá: Os lados de uma
reforma.
Por Lorena Saraiva
Carnes,
verduras e frutas dividem espaço com pessoas, cachorros e lixos. Este é o
cenário do entorno do Mercado Municipal do Guamá, localizado na Avenida José
Bonifácio esquina com a Rua Barão de Igarapé Miri, enquanto sua obra não é
finalizada.
Desde
que o mercado entrou em reforma em 18 de janeiro de 2011, segundo o gerente
Wilson Filho, os feirantes foram remanejados para barracas de madeira,
construídas pela prefeitura, ao longo da Rua Barão de Igarapé Miri, principal
via do bairro, e da Av. José Bonifácio.
Na
frente do mercado foram construídas duas fileiras de barracas, formando um
corredor estreito e abafado, no qual é impossível passar sem esbarrar em
alguém, e tendo que dividir o espaço com a sujeira e os cachorros e gatos que
buscam restos de alimentos.
O
trecho da Rua Barão de Igarapé Miri, entre Av.José Bonifácio e Passagem Helena,
se tornou intrafegável após o remanejamento, porque há barracas em toda a sua
extensão. O administrador afirmou que não houve nenhum tipo de transtorno, pois
foi solicitada a autorização da CTBEL para desviar o trânsito, porque realmente
não tinha outro local para colocar os feirantes.
Segundo
Nilson Castilho, que trabalha há 10 anos no mercado, a reforma era necessária,
pois as condições de limpeza e higiene eram péssimas. A Prefeitura fazia a
coleta de lixo diariamente, entretanto ficava um mau cheiro que espantava os
clientes. Mas ele reclama de sua situação atual, pois desde que saiu do mercado
suas vendas diminuíram bastante, e quando chove molha sua mercadoria, por isso
ele teve que improvisar uma cobertura para sua barraca.
Todos
os feirantes entrevistados afirmam que a previsão para o término da obra é
janeiro de 2012. Porém o administrador do mercado afirma que inicialmente a
data seria esta, mas devido a um acordo com a Prefeitura não há prazo para a
entrega.
Ainda
segundo Wilson Filho, o prazo seria de seis meses, porque a Prefeitura iria
reformar apenas o mercado, e os feirantes teriam que pagar seus próprios
equipamentos. Então em acordo com o prefeito de Belém foram incluídas no
projeto as barracas de todos os feirantes, por isso a entrega foi alterada para
uma data ainda indeterminada.
O
projeto de revitalização do Mercado Municipal do Guamá irá beneficiar mais de
400 feirantes. O novo mercado será todo em alvenaria, as barracas para
mercearia terão portas de rolar e os talhos de carne e peixe estão cumprindo as
exigências da Vigilância Sanitária.
As
pedras de mármore que colocam os peixes serão substituídas por bandejas de
alumínio com gelo para mantê-los em conservação e será aberto crédito para os
açougueiros comprarem suas balanças de acordo com as normas. Haverá banheiros
masculinos e femininos, um local específico para os feirantes depositarem seus
lixos e a área externa será toda cercada por bicicletários para os comerciantes
e seus consumidores.
“As
pessoas não gostam de andar no aperto, no meio das bicicletas e ainda ter que
aturar essa poluição sonora’, diz Maria Léa, justificando a queda nas vendas. A
feirante espera que a reforma termine antes de começar as verdadeiras chuvas,
porque toda vez que chove, o bueiro da rua entope e alaga toda área afastando
ainda mais os clientes.
Para
Mariza Saraiva, moradora do bairro há 25 anos e frequentadora da feira, o
mercado estava precisando de boa reforma, pois era inviável fazer compras em
meio ao lixo acumulado pelo chão, as goteiras e as condições precárias das
barracas. Entretanto ela afirma que a situação atual é perigosa, pois os
pedestres têm que ficar no meio da rua para escolher suas mercadorias, correndo
risco de serem atropelados.
A
feira do Guamá não se restringe apenas ao Mercado Municipal, ela se estende por
toda a via principal, na qual se encontram desde barracas de frutas e verduras
até barracas de roupas e acessórios. Cada espaço das calçadas é disputado
milimetricamente pelos vendedores, e os prejudicados são os pedestres, que tem
que transitar pela pista.
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