quinta-feira, 26 de maio de 2011

Seminário discute o telejornalismo esportivo de ontem, hoje e amanhã


PC Vasconcelos, do Sportv, foi o convidado especial. Evento faz parte do Troféu Rômulo Maiorana, que será entregue na próxima quarta (01).

Gustavo Ferreira (@gusdferreira)

Dos primórdios até os tempos das mídias sociais, o telejornalismo passou por várias transformações. O esporte também. E foi sobre essas mudanças que o telejornalismo esportivo viveu nestas 6 décadas que o jornalista Paulo Cesar Vasconcelos, chefe de redação do Sportv, comentou nesta quinta, no auditório do Crowne Plaza. Na platéia do seminário "Telejornalismo Esportivo: passado, presente e futuro", apresentado por André Laurent, cerca de 120 jornalistas, estudantes e esportistas, ouviram atentos o jornalista, que esteve em 5 Copas do Mundo e 3 Olimpíadas, em mais de 30 anos de carreira.

O jornalista Paulo Cesar Vasconcelos, do Sportv,
foi o convidado especial do evento
(Foto: Gustavo Ferreira)


PC comentou a evolução da imprensa esportiva na TV, citando como fatores fundamentais as conquistas brasileiras em diversas modalidades, a partir dos anos 70 e 80, reforçando a abrangência que o telejornalismo desta área adquiriu. E quando o futebol entrou em campo, o jornalista enfatizou: “O futebol é uma religião no Brasil”, e por isso tamanha importância neste processo evolutivo, o que implica uma maior responsabilidade por parte do jornalista da área. “Nós (os jornalistas) somos a razão; você, a paixão”, disse PC.

Responsabilidade. PC destacou que, como o futebol envolve a paixão do povo, ele deve ser tratado pelo jornalismo com responsabilidade e abrangência. “O telejornalismo esportivo deve ser esclarecedor”, segundo ele, que critica a falta de serviço do jornalismo de esportes, como a divulgação de preços de ingressos e como participar de um evento.

TECNOLOGIA Com o tempo, a maneira de fazer o telejornalismo esportivo foi mudando muito graças à tecnologia, uma grande aliada neste processo, segundo PC. “A tecnologia ajudou o telejornalismo esportivo, mais do que a qualquer outra área do jornalismo”, afirmou, pois aumentou a possibilidade de esclarecer o espectador através da imagem.

2014 E 2016: OS DESAFIOS Com o Brasil na rota dos eventos mais importantes da década no esporte (Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016), a função do jornalismo esportivo deve ser a de fiscalizar e acompanhar todo o processo de construção destes eventos, buscar soluções e cobrir, imparcialmente, todo este processo de mudanças no país antes, durante e depois da Copa e das Olimpíadas.
Ainda segundo PC, a transformação do jornalismo esportivo reflete a própria transformação que o Brasil está sofrendo, em diversos setores da economia e da sociedade.

CONCORRÊNCIA WEB PC Vasconcelos lembrou que a oferta de informação é muito grande, e só um grande nível de conhecimento consegue diferenciar um bom jornalista dos outros. No jornalismo esportivo, isso não pode ser diferente. A velocidade e a precisão devem estar aliadas no trabalho do repórter de esportes, levando em consideração as mídias sociais, mas com apuração dos fatos, para evitar falhas. Assim o jornalista constrói uma relação de credibilidade com o telespectador.

DEBATE Após o seminário, começou um debate com o próprio PC, na companhia de Carlos Ferreira, comentarista esportivo das ORM, e Álvaro Borges, diretor de jornalismo da TV Liberal. Os três responderam perguntas da platéia, com temas variados, desde a nova linguagem que os telejornais (como o Globo Esporte) apresentam ao público, até a participação feminina no telejornalismo esportivo.

Álvaro Borges no debate (Foto: Gustavo Ferreira)
Álvaro Borges falou da abordagem do esporte como entretenimento, o que se vê há tempos, e que se acentuou com o trabalho de jornalistas, como Tiago Leifert e Tadeu Schmidt. “Acho que finalmente o jornalismo esportivo está ganhando uma linguagem própria”, comentou Álvaro.

Ainda sobre a esta nova roupagem do jornalismo esportivo na TV, Carlos Ferreira disse que a imagem tem um papel ainda mais importante no tratamento das notícias. O telespectador busca as vantagens da mídia TV para ficar melhor informado, além de deixar a informação mais interessante. “O curioso é o chamariz para a informação”, segundo Ferreira.

ESPORTE PARAENSE Quando incitados por uma pergunta da platéia, sobre a situação do futebol paraense, os três concordaram em reforçar a idéia de que não  cabe ao jornalismo mostrar as soluções para os problemas; a função da imprensa é a de mostrar o que está acontecendo e suscitar a reflexão dos cartolas do nosso futebol.

“O futebol é o único esporte onde o pior pode ganhar do melhor, e fácil”. Com estas palavras, PC afirmou que não basta apenas o resultado. É preciso uma manutenção de gestão, o que significa planejamento.
Em entrevista ao Portal ORM, PC elogiou o evento: “Esta é uma iniciativa que deveria ser seguida por todos no país inteiro. É fantástico o que foi feito aqui pelo Troféu Romulo Maiorana. É raro e digno de ser seguido! Foi ainda melhor discutir jornalismo esportivo, porque jornalismo é sociedade e sociedade é Brasil. Esta troca de ideias entre gerações deveria acontecer sempre!”.

Os jornalistas Carlos Ferreira, PC Vasconcelos e Álvaro Borges, falando sobre telejornalismo esportivo 
(Foto: Gustavo Ferreira)
PREMIAÇÃO A festa de entrega do 17º Troféu Rômulo Maiorana será realizada na quarta, 01 de junho, às 19h30, no Teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas. 


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